
Era uma vez uma velhinha,
quase cega coitadinha,
já mal podendo andar,
sempre olhando para o chão,
encostada ao seu bordão,
ia na estrada a passar.
Ouvindo um cão que ladrou,
a pobrezinha parou
olhando em volta assustada.
Tentou fugir.
Não conseguiu.
Tentou correr
mas caiu a pobrezinha coitada.
Nisto surge uma menina linda,
formosa, ladina,
que ao vê-la cair no chão,
correu logo pressurosa
e à velhinha deu a mão.
-Eu ajudo avozinha e a levo a sua casinha.
O que tem? Onde lhe dói? Diga!
Vou buscar qualquer coisa para curar,
vou pedir à minha mãe. - Disse a menina.
-Não foi nada, tu és um anjo, uma flor,
Deus pague a tua bondade
com muita felicidade! - Disse a velhinha a chorar.
O que tem? Onde lhe dói? Diga!
Vou buscar qualquer coisa para curar,
vou pedir à minha mãe. - Disse a menina.
-Não foi nada, tu és um anjo, uma flor,
Deus pague a tua bondade
com muita felicidade! - Disse a velhinha a chorar.
10 comentários:
A avalanche quotidiana de informação ameaça o desaparecimento da tradição oral.
Urge um trabalho de recolha e divulgação em cada freguesia.
Parabéns EB de S.Bento, obrigada D.Aurora.
Maria Conceição (BE)
Parabéns, concordo em pleno, isto é muito importante, cada vez mais:)
Um beijinhos para S. Bento*
Prof. Rosa
parabens
A minha amiga Drª Maria Fernanda Almeida contou-me uma versão que deve ser mais antiga e - ao meu ver - mais bonita:
A Velhinha
Uma vez uma velhinha,
quase cega coitadinha,
e já mal podendo andar,
encostada ao seu bordão,
ia na estrada a passar.
Ouvindo um cão que ladrou
a pobrezinha parou,
olhando em volta assustada.
Quis fugir não conseguiu
tentou correr, mas caiu
a pobrezinha coitada.
Nisto surge uma menina,
viva, formosa, ladina,
que ao vê-la cair no chão
correu logo pressurosa,
condoída e carinhosa
e à velhinha deu a mão.
Eu a ajudo avozinha,
e a levo à sua casinha.
Onde lhe dói? O que tem?
Diga já, que vou buscar,
qualquer coisa p’ra curar
vou pedir à minha mãe.
Não foi nada meu amor,
tu és um anjo, uma flor,
ajuda-me só andar.
Deus pague a tua bondade
com muita felicidade,
disse a velhinha a chorar.
Fez-me lembrar a minha mãe! Ela aprendeu A Velhinha com 4 ou 5 anos e depois recitava para familiares e amigos. Depois, mais tarde, recitava-a para eu ouvir!
A versão da Dr.ª Maria Fernanda Almeida, citada por Anónimo, corresponde mais ao que eu tenho de memória, ao que me parece do meu livro de leitura da 3.ª ou 4.ª classe. Mas falta-lhe o 5.º verso da 1.ª estrofe: "sempre olhando para o chão".
Esta versão foi a que a minha avó me ensinou à 31 anos atrás!
Eu aprendi com essa idade. Foi a mminha avó que me ensinou! :)
Você sabe a melodia? Minha mãe portuguesa cantava para nós.
Eu e minhas irmãs estamos tentando lembrar a música. A melodia
O meu pai contava esta historia. Saudades!!
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