sábado, 20 de março de 2010

“ Uma questão de cor” de Ana Saldanha

O segredo ( continuação )


Quando chegaram à piscina vestiram os fatos de banho e atiraram-se para a água ansiosos por se divertirem a valer.
A Nina resolveu mostrar os seus dotes de nadadora e saltou da prancha mais alta. O primo Daniel e o Vítor preferiram as escadas, era mais seguro.
Fizeram competições, jogaram bola, mergulharam… Ao fim de algumas horas de brincadeira sentiram-se cansados, mas relaxados e felizes.
Algo de muito especial nascia entre eles: era a amizade.
Nina não tinha vontade nenhuma de se separar dos seus amigos, por isso convidou o Vítor para jantar em sua casa. ( antes telefonou à mãe a pedir autorização)
A avó ,que já estava completamente restabelecida, achou imensa piada ao ar intelectual do Vítor e à quantidade de coisas que ele sabia. ( falaram sem parar durante o jantar)
O Daniel deixara o seu ar macambúzio e mostrava-se mais descontraído e bem humorado.
« Parece-me que já estás adaptado à tua nova vida.» comentou o pai com agrado.
No fim do jantar, ajudaram a arrumar a loiça e depois foram jogar computador.
Nina aproveitou o bom ambiente entre os três para perguntar ao Daniel por que motivo mudara de cidade e de escola.
O primo, um pouco incomodado com o assunto, resolveu esclarecer de uma vez os amigos: na antiga escola era rejeitado pelos colegas por ser negro. Não conseguiu fazer amigos, as notas eram péssimas.
O Vítor sentiu-se envergonhado, pois também tinha discriminado o Daniel quando não o conhecia. Reconhecia agora que não tinha sido nada inteligente nem tolerante.
Nina sentiu algum desconforto entre os rapazes e disse: « Tudo isso já passou. Agora és um de nós! Prometo que não vou mais reclamar por teres ocupado o meu quarto. ( Que saudades da minha caminha! ) »
Daniel e o Vítor sorriram perante a sinceridade da amiga.
No dia seguinte, o carteiro trouxe uma encomenda para a Nina; uma caixa de cartão com um grande laçarote.
Abriu-a e leu o cartão “ Um companheiro para o Silvestre que agora passa mais tempo sozinho. Beijos para a nossa princesa. “
Era um belo gato de peluche muito fofo!
Nina pegou-lhe, encostou-o à cara e pensou; « Que nome lhe hei-de pôr?»



Jéssica Silva, 5º F

Sem comentários: